quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Depressão na adolescência.

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                          É muito difícil determinar o que é normal e o que é doença.
        A adolescência é a fase da vida onde esta dificuldade fica ainda maior.
       É uma fase naturalmente agitada, tanto no organismo - pela inundação hormonal-quanto no social e afetivo- pelo surgimento do desejo pelo sexo oposto e as festas de 15 anos.
      Há poucos anos, no período da ditadura, existia a cartilha de como educar os filhos : 10 horas da noite em casa, não pode, não deixo, prendo e arrebento, cala a boca e uma surra atrás da outra.
        Da mesma forma o governo fazia com o cidadão e o professor fazia com o aluno. Instalada a democracia, estamos ainda vivendo uma fase de adaptação, de reação confusional,onde o cidadão agora xinga,desacata e enfrenta o administrador, a autoridade,sem receber em troca o limite adequado;da mesma forma o aluno está fazendo com o professor e os filhos com os pais.
        Existia uma regra fixa de educar, adotada nacionalmente e agora não existe nada, nenhuma referência.
       Os pais perguntam uns aos outros como agir com o filho usuário de drogas, com o desorganizado, com o que não quer estudar, com o que está ameaçando suicídio e dezenas de outras situações problemáticas, para as quais não existem regras, exceto a colocação de LIMITES, com bom senso, adequado à cada caso. Tanta competitividade, violência, desigualdade social, insegurança e a falta de credibilidade na justiça, trazem um desgaste e uma angústia a todos,contribuindo para uma maior incidência de doenças e entre elas a DEPRESSÃO.

  Com a invasão hormonal do corpo, invasão de desejos na mente e “confusão”social, o adolescente fica particularmente sujeito aos quadros depressivos. Durante muitos anos acreditou-se que crianças e adolescentes não eram afetados por essa doença, mas atualmente sabe-se que eles são tão suscetíveis à depressão, quanto os adultos.
      A depressão é uma doença que deve ser encarada seriamente em todas as faixas etárias.
       Ela pode interferir de maneira significativa na vida diária, nas relações sociais e no bem-estar geral, podendo levar ao suicídio.
     Nos últimos 20 anos, o índice de suicídios entre adolescentes triplicou, sendo então de fundamental importância, que pais e professores tenham um mínimo de conhecimento da doença para poder reconhecê-la e ajudar ao adolescente.
    A primeira coisa que temos que aprender, é que depressão é uma doença como qualquer outra e para ela a melhor solução continua sendo o tratamento médico, que na maioria das vezes dá bons resultados; no entanto com frequência os jovens não reconhecem que estão deprimidos e relutam em comunicar a outros, seus sentimentos de tristeza ou falta de esperança.
Reconhecendo a depressão
     Junto com a tristeza e às vezes até sem ela, existe a irritabilidade exagerada,que talvez seja o sintoma mais comum da depressão em crianças e adolescentes.
    Se junto com a tristeza e a irritabilidade o jovem mostrar-se sem interesse para as coisas que antes gostava e com pensamentos negativos sobre si mesmo e sobre o futuro, com certeza ele está deprimido.
    A partir daí, começam as dificuldades em se concentrar nos estudos, afetando as notas, para de prestar atenção nas aulas, começa a chorar com facilidade, pode desenvolver medos, aumenta o risco de envolvimento com drogas e logo em seguida começam a vir as ideias de suicídio. 
    Também é preciso pensar em depressão no adolescente que está sempre cansado e sonolento, com dores de cabeça e distúrbios gastrintestinais e menstruais exagerados.
   Se suspeitar que um jovem está deprimido é importante, com muita paciência, carinho e compreensão, estimulá-lo a falar dos seus sentimentos e dos seus sintomas, para esclarecimento dos fatos.
   Geralmente o adolescente deprimido tem dificuldade em se abrir e acha que os outros não o entenderão, além disso, pode estar envergonhado com o que está lhe acontecendo e pode também achar que não vale a pena se abrir,que não vai adiantar nada e resolve calar.
 
     É importante lhe explicar sobre a depressão e sobre a necessidade de procurar um médico imediatamente.
  O tratamento poderá ser somente com antidepressivos, ou poderá haver necessidade de outras medidas tais como psicoterapia, terapia familiar, ou outras, dependendo da gravidade do quadro ou da situação.
    Uma depressão leve não tratada, ou tratada de forma inadequada, pode se cronificar afetando definitivamente a qualidade de vida, ou se agravar, com todas suas possíveis consequências.
   Em resumo:a depressão no adolescente pode ser, às vezes, difícil de ser reconhecida.
     Uma vez pensada esta possibilidade, é importante falar sobre as soluções. Ficar dando conselhos para mudar o estilo de vida, ou ficar criticando o estilo de vida do deprimido, além de não ajudar a resolver, o empurra mais pra baixo, fazendo-o se sentir mais incompetente e desamparado.

      Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. O que caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance escolar.
      De acordo com a “American Psychiatric Association”, um episódio de depressão é indicado pela presença de 5 ou mais dos seguintes sintomas, quase todos os dias, por um período de pelo menos duas semanas:
* Estado de espírito depressivo durante a maior parte do dia;
* Interesse ou prazer pela maioria das atividades claramente diminuídos;
* Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso na ausência de regime alimentar (geralmente, uma variação de pelo menos 5% do peso corpóreo);
* Insônia ou hipersônia;
* Agitação psicomotora ou apatia;
* Fadiga ou perda de energia;
* Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade;
* Diminuição da capacidade de concentração e de pensar com clareza;
* Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida ou qualquer tentativa de atentar contra a própria vida.
      Na ausência de tratamento, os episódios de depressão duram em média oito meses. Durações mais longas, no entanto, podem ocorrer em casos associados a outras patologias psiquiátricas e em filhos de pais que também sofrem de depressão.
      A doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em 5 anos.
    Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência, existe o risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam com outras de mania, caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, ideias de grandeza e comportamentos de risco.
       Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas. Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. A prevalência da enfermidade é alta: depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos adolescentes.
     Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais e/ou violência sofrida na primeira infância também aumentam o risco.
       É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas. Uma classe de antidepressivos conhecida como a dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (fluoxetina, paroxetina, citalopran, etc.) é considerada como de primeira linha no tratamento em crianças e adolescentes e os estudos mostram que 60% respondem bem a esse tipo de medicação, que apresenta menos efeitos colaterais e menor risco de complicações por “overdose” do que outras classes de antidepressivos.
    A recomendação é iniciar o esquema com 50% da dose e depois ajustá-la no decorrer de três semanas de acordo com a reação da pessoa e os efeitos colaterais. Uma vez que a resposta clínica tenha sido obtida, o tratamento deve ser mantido por seis meses, no mínimo, para evitar recaídas.
   A terapia comportamental mostrou eficácia em ensaios clínicos e parece dar resultados melhores do que outras formas de psicoterapia.
    Por meio dela, os especialistas procuram ensinar aos pacientes como encontrar prazer em atividades rotineiras, melhorar as relações interpessoais, identificar e modificar padrões cognitivos que conduzem à depressão.
    Outro tipo de psicoterapia eficaz em ensaios clínicos é conhecida como terapia interpessoal. Nela, os pacientes aprendem a lidar com dificuldades pessoais como a perda de relacionamentos, decepções e frustrações da vida cotidiana. 
     Como o abuso de drogas psicoativas e o suicídio são consequências possíveis de quadros depressivos, os familiares devem estar atentos e encaminhar os doentes a serviços especializados assim que surgirem os primeiros indícios de que esses problemas possam estar presentes.


Assistam a uma pequena parte desse filme, se gostarem  vejam o resto, fala sobre uma adolescente que sofre depressão por problemas na família “Aos Treze”.
 Somos alunos da 7ª série, Thaíz Venites, Esthéfani Lettnin e Vagner Junior.

Um comentário:

  1. Conheci o seu blog através do Blog “Educadores Multiplicadores” e já estou te seguindo! Meu nome de seguidora é Cristiane Reis.
    Blog Ensinar é Aprender

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